A constatação é indicada pela própria estatal em documentação enviada à Câmara

CANOINHAS ? ?É uma palhaçada?, constatou o vereador Juliano Seleme (PPS) ao comentar o relatório de investimentos enviado pela Companhia de Água de Santa Catarina (Casan) a pedido da Câmara dos Vereadores.

De acordo com o vereador, o relatório indica que a estatal investe apenas 11% de sua arrecadação em obras de melhorias.

O relatório indica arrecadação mensal que oscila entre R$ 400 mil e R$ 516 mil somente com usuários canoinhenses. Isso rendeu nos últimos três meses uma arrecadação bruta de R$ 1,2 milhão à Casan. Desse valor, foram investidos R$ 131 mil no mesmo período, em obras de manutenção.

Considerando que a estatal tem gastado médio de R$ 130 mil/mês com salários, no trimestre o faturamento líquido girou em torno de R$ 800 mil.

?Estes números provam mais uma vez que está mais do que na hora de municipalizarmos?, afirmou Seleme.

O vereador atenta ainda para o fato de que estes números provam a viabilidade da municipalização. ?Com este saldo em caixa é possível custear a rede de esgoto da cidade facilmente?, frisou Seleme, citando como exemplo o caso do Campo d?Água Verde, que demandaria custos da ordem de R$ 700 mil a R$ 800 mil para colocação de tubos. O custo da estação de tratamento do esgoto coletado poderia chegar a R$ 2 milhões, mas como é um investimento fixo e de benefícios a longo prazo, a arrecadação mensal, cobriria o custo sem grande dificuldade, acredita Seleme.

O vereador prevê um lucro líquido de 30 a 35% no segundo ano de criação do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae).

APOIO

Se depender da Câmara, a criação do Samae deve sair do papel. Na sessão de segunda-feira, 7, os vereador Vagner Trautwein (PSDB) e Juca Klempous (PMDB) insistiram na municipalização. A decisão, no entanto, é jogada para o prefeito Leoberto Weinert (PMDB). Em janeiro, Weinert havia garantido que se em dois meses a Casan não apresentasse um projeto substancial para implementação da rede de esgoto no município, a municipalização seria a única solução. Até agora, no entanto, não se pronunciou sobre o assunto.